Não era esta a proposta de Bell

Por Edson Sá

Quando Alexander Graham Bell utilizou um novo equipamento para falar com outra pessoa a uma distância em que apenas com o som da voz não seria possível, ainda que pudesse não ter plena consciência do seu feito, estava dando o start para uma nova Era: a das comunicações.

Desde então, a evolução tecnológica tem proporcionado o encurtamento das distâncias entre nós. Aliada a internet, as comunicações se tornaram de tal forma abrangentes que nos tornamos reféns de equipamentos e tecnologias que nos aproximam das pessoas a qualquer distância que estejam. Basta ver o quão “desesperados” muitos de nós ficamos se passarmos mais do que meia hora sem acesso à comunicação. Se faltar energia ou internet por alguns minutos, ainda que não precisemos necessariamente falar com ninguém ou de qualquer informação naquele período, parece que nos tiraram a própria vida.

Não que isso seja uma crítica, pelo contrário, não se pode desvalorizar tudo o que nos é ofertado com o avanço das comunicações. Temos acesso a informações em tempo real, muitas vezes antes mesmo que agências de notícias, onde até pouco tempo atrás usávamos como fonte de informação rápida. Quantos de nós não corríamos para a frente da TV ao ouvir aquela musiquinha do plantão?

Toda esse avanço tecnológico também trouxe conforto e agilidade para as interações entre pessoas. Aplicativos de comunicação praticamente substituíram o invento de Bell na forma como nos falamos. Muitos nem mesmo utilizam mais o telefone em sua função primária, que é ligar. Pelo contrário, ficam até contrariados ao receberem um telefonema. Muito mais prático mandar um áudio pelo aplicativo.

No entanto, não podemos esquecer que a “frieza” das palavras restritas a uma mensagem de texto ou a um áudio num app, muitas vezes reduzidas ao estritamente necessário (e tal redução, por vezes, significa apenas um sinal gráfico), retira uma das premissas básicas da comunicação humana, que é tudo o que envolve as palavras que são ditas.

Quando nos comunicamos, além das palavras em si, estamos nos expressando através das nuances de nossa voz, do nosso gestual, da postura corporal, até da posição dos olhos ou da respiração. Uma frase dita é complementada por tudo o que a envolve e que nem sempre é dito, mas sim expressado. É aquela famosa expressão “o corpo fala”. E, neste sentido, me perdoem os amantes da tecnologia, mas entendo que não há emoji no mundo que seja capaz de expressar fielmente o que falamos com o corpo.

Antes que pensem que sou contrário aos avanços tecnológicos no campo das comunicações, quero dizer que sou sim usuário assíduo de canais virtuais de comunicação, e entendo que são extremamente úteis e eficazes ao que se propõem. Acredito que num futuro muitíssimo breve teremos soluções tecnológicas muito mais revolucionárias e que nos permitirão um ato de se comunicar tão ou mais efetivo que o chamado olho-no-olho.

No entanto, me permitam uma recomendação: esteja atento(a) aos limites que ainda temos nesses canais de comunicação. Devemos sim usá-los, por praticidade e por necessidade, mas sem esquecer de que determinadas situações exigem uma comunicação de tal modo efetiva que requer mais do que apenas palavras. Nestes casos, nada ainda é mais eficiente que uma boa conversa frente-a-frente, onde palavras e comportamentos se explicam e se complementam.

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